Tese de doutoramento percorre quatro gerações para mostrar que a vida lúdica dos mais novos mudou substancialmente.
O investigador Alberto Nídio fala numa espécie de regresso às cavernas: os miúdos fecham-se cada vez mais num refúgio cheio de tecnologia que mostra o mundo num ecrã. A escola a tempo inteiro também entra nesta história.
Que trajetos temporais se revelam nas práticas sociais de uso de jogos, brinquedos e brincadeiras conhecidas a partir dos testemunhos de várias gerações de atores? Esta é a pergunta de partida da tese de doutoramento de Alberto Nídio Silva, investigador do Centro de Investigação em Estudos da Criança da Universidade do Minho.
Durante quatro anos, percorreu memórias, recolheu testemunhos de quatro gerações vivas, percebeu que as brincadeiras mudaram com a rapidez da sociedade. E tirou conclusões. Os brinquedos artesanais, as correrias em campos e montes, as aventuras com os vizinhos na rua, foram desaparecendo do mapa das brincadeiras.
Os brinquedos industriais preenchem agora as prateleiras dos centros de consumo, os quartos das crianças encheram-se de tecnologia, as respostas institucionais roubam tempo às famílias. O que mudou? Muita coisa.
Alberto Nídio ouviu atentamente dez famílias do meio urbano de uma pequena vila do interior e do meio rural intermédio, num total de 100 entrevistados, dos 5 aos 100 anos, e recorreu a registos fotográficos da Fototeca do Museu Nogueira da Silva e do Museu da Imagem, em Braga, para deixar o contraste vir ao de cima.
O contraste do “lastro urbano que hoje engoliu espaços brincantes de antanho”. Jogos, Brinquedos e Brincadeiras – Trajetos Intergeracionais é o nome da sua tese de doutoramento apresentada na Universidade do Minho.
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