O litoral alentejano (2)

Provavelmente, a rotunda mais
bonita de Portugal

Deixamos o The Best para trás, e “descemos” a Vila Nova de Milfontes.

“Não sabia que o Rio Mira tinha um estuário tão largo, sendo um rio tão pequeno. Não é um estuário do Tejo ou do Sado, mas sendo pequeno e, simultaneamente, largo, dá-lhe um encanto muito próprio. A vila está “pendurada” sobre um rochedo até à margem do rio. A margem do estuário prolonga-se um pouco até ao mar, o que lhe dá praia marítima e fluvial. Do “castelo”, isso sim, já eu tinha conhecimento que era propriedade privada e estava transformado para alojamento turístico. Não são visíveis as torres de apartamentos que existem no Algarve (…) Mais uma vez, como em todo o Alentejo, temos casario branco, antigo, bem preservado. Parece que estamos dentro de um quadro. E depois, como estamos em Junho, não está totalmente apinhado de gente. (…) Um encanto.

Junto ao farol é donde se obtém a melhor vista sobre Milfontes e o mar. Aí puseram uma estátua um pouco estranha que representa uma figura humana, masculina, com aspecto de Neptuno, a levantar, por cima da sua cabeça, um globo terrestre que escorria água, o que aparenta que o retirou do fundo do mar, e de boca aberta como se gritasse. Pensei se não poderia significar o próprio Portugal, que, de certa forma, “retirou” o globo terrestre ao mar. Mas também me fazia lembrar um piloto de corridas a levantar um troféu de vitória. Possuía a inscrição “Aureliano 2007 Arcanjo”, que me permite ir agora ao Google e constatar que se trata da obra “Arcanjo”, do escultor Aureliano de Aguiar, que ganhou um prémio em 2008, e que é um grito ecológico, “pelo planeta que se desfaz”, e o desejo de salvar ou planeta ou atirá-lo para longe. Talvez eu estivesse muito influenciado pela componente histórica, ou simplesmente falta-me sensibilidade para estas coisas.”

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