Archive for the ‘Distrito – Açores’ Category

Praia da Vitória

Praia da Vitória

Deixamos a raia espanhola e regressamos aos Açores, como prometido. Para mais, regressamos a uma terra que foi espanhola menos tempo do que todas as outras em Portugal.

Se bem se lembram, dos dois amigos que me introduziram, a mim, simples gajo do Continente, ao fenómeno que são os Açores, um era das Furnas e o outro da Praia da Vitória, da Ilha Terceira. Dado o histórico de rivalidades, se eu mencionasse um lugar sem mencionar o outro, ia ofender alguém!

A Praia situa-se na zona nordeste da ilha. Foi menos espanhola porque a ilha Terceira demorou 3 anos até reconhecer que Filipe II de Espanha ia ser mesmo o rei de Portugal, e só aceitou à força.
Para além disso, a Praia afirma com orgulho já ter sido a capital de Portugal. O meu amigo praiense fez-me ver isso e até me demonstrou que existe um monumento em Lisboa que o comprova, mas infelizmente já não me recordo de qual… mas é certo que a Praia foi sede do governo liberal durante as guerras civis (depois de aqui os liberais terem vencido uma das batalhas mais violentas, resistindo a um desembarque dos miguelistas) por um breve período. Uma espécie de Bengasi do Portugal novecentista!
Foi na Praia que nasceu o saudoso Vitorino Nemésio, poeta, romancista e professor, que muitos recordam ainda do seu programa semanal “Se bem me lembro” na RTP, nos anos 70.

Touradas à corda na ilha Terceira (foto daqui)

Esse meu amigo praiense era forcado e eu não podia deixar passar esse ponto em branco. A ilha Terceira tem uma tradição tauromáquica muito própria (eventual origem ribatejana dos seus primeiros povoadores?) e que se expressa nas populares touradas à corda, e que consistem, como sempre, na luta entre o homem e o animal, mas neste caso com o homem a tentar controlar o animal com o recurso a uma corda – e ao que estiver à mão. Mas nem sempre sai vencedor…

Bom, mas vamos lá então saber onde podemos ir, pela Terceira;

Praia dos Biscoitos (imagem daqui)

A Praia dos Biscoitos é daquelas coisas que achamos que não há em Portugal porque não são conhecidas. Uma série de piscinas naturais formadas pela rochas, onde os miúdos podem nadar calmamente. E a água que nunca está demasiado fria!…

A Mata da Serreta (Reserva Florestal), no oeste da ilha – 15 campos de futebol que não devem nada à mata de Sintra.

Mesmo quem não tenha um especial interesse na espeleologia pode aproveitar uma visita ao Algar do Carvão – uma viagem de 100 metros de profundidade ao interior de um vulcão adormecido!

Perto da Praia, situa-se a base militar das Lajes, que alguém definiu como “a América nos Açores”. Quem se lembrar do Sandro G sabe o quão interessante se tornou o cruzamento (causado pela emigração) entre a cultura açoriana e as sub-culturas norte-americanas (quer a cultura WASP, do progresso material e da modernidade, quer a cultura hip-hop, vinda dos subúrbios). Mas cuidado; o Sandro G era de S. Miguel e não quero criar aqui confusões.

Angra (imagem daqui)

E, claro, Angra, classificada como Património Mundial pela UNESCO, com as lojas, o comércio, e o Monte Brasil para passeios e piqueniques.

Quem vir na altura certa, não deve perder as festas, em especial as célebres Sanjoaninas em Angra e as mais discretas (“discreto” significa: ambiente mais familiar) festas da Praia. E, porque não, o Angra Jazz, que está quase aí a chegar!

Alcatra (imagem daqui)

Só para terminar: na zona noroeste, em Altares, disseram-me (não pude ir lá ver…) que há um restaurante que serve uma excelente alcatra, o prato tradicional da Terceira. Se os povoadores ribatejanos trouxeram os toiros, eventuais povoadores das Beiras trouxeram a chanfana – que aqui foi ganhando vida própria, tal como de resto as touradas à corda são ligeiramente diferentes das do continente. Um Portugal concentrado e temperado pelo mar, eis as surpresas que os Açores nos reservam. E ainda nos faltam 7 ilhas para conhecer…

Angrajazz – Festival Internacional de Jazz (Angra do Heroísmo)

“O ANGRAJAZZ 2011, 13ª edição do Festival Internacional de Jazz de Angra do Heroísmo vai realizar-se nos dias 6, 7 e 8 de Outubro, numa organização da Câmara Municipal e Associação Cultural AngraJazz.

O ANGRAJAZZ pela qualidade que assegurou ao longo destes 13 anos é hoje um acontecimento indispensável não só do calendário cultural açoriano mas também do calendário jazzístico nacional.


A abertura do festival e como é usual será feita pela orquestra Angra Jazz que apresentar-se-á com o cantor faialense, a viver no Porto, Manuel Linhares. Este ano como a orquestra comemora 10 anos de existência foi preparado um programa especial para a ocasião. Um programa que trará à evidencia o trabalho de formação desenvolvido pelo orquestra. Ao contrário do que vem sendo habitual serão os próprios músicos da orquestra a fazerem os solos do concerto.

A primeira noite termina com o concerto de um quarteto de guitarras norte-americano e alemão, liderado pelo lendário Larry Coryell. Segundo José Ribeiro Pinto da organização, Larry Coryell é um dos grandes improvisadores do planeta.

No segundo dia o festival abre com o Trio de Bill Carrothers, pianista profissional há mais de 25 anos, constando no seu curriculum várias digressões pelos maiores palcos da Europa e EUA.

A fechar a segunda noite, Kurt Elling, apresentado por José Ribeiro Pinto como o melhor vocalista de jazz do mundo.

A última noite, 8 de Outubro, começa com uma grande formação dirigida pelo pianista português Júlio Resende, um dos grandes pianistas da nova geração.

A encerrar a 13ª edição do AngraJazz 2011, Dave Douglas Brass Ecstasy. Um dos melhores trompetistas do mundo. Trompetista e compositor norte-americano, Dave Douglas é um dos mais produtivos e premiados músicos dos últimos 15 anos. Apresenta-se em Angra com a sua formação mais recente, um conjunto de 4 metais e bateria.”
(fonte: município Angra do Heroísmo)

Reflectir para acautelar o futuro (Açores)

Agricultura e pecuária açoriana (imagem daqui)

Nos Açores, os políticos e os académicos estão a juntar-se para agir antes que alterações climáticas provoquem danos na agricultura e na economia locais.

“Podemos estar a assistir à transição para um incremento de um clima mediterrânico, que se caracteriza por menos chuva no verão, por exemplo, o que se pode acentuar na próxima década”, afirmou o investigador, acrescentando, no entanto, que “isto não é uma previsão mas um cenário”, realçou (…) Eduardo Brito Azevedo.
(…) “o clima que caracterizava o arquipélago dos Açores, com chuvas mais regulares por períodos mais pequenos de pluviosidade, pode estar em causa no futuro com chuvas mais dispersas no tempo, por períodos e intensidade mais longa”.
(..)

Por seu lado, o deputado regional do PSD/Açores António Ventura frisou que “sem água não é possível sustentar a agricultura”, defendendo “a implementação de medidas que ajustem a actividade agrícola à imponderabilidade do clima”.
(…)
“Como solução, defendemos uma aproximação da política à investigação e experimentação para encontrar novas espécies de cultivo de milho ou gramíneas e leguminosas que constituam pastagens mais resistentes à ausência de precipitação”, afirmou.
(…)
Para António Ventura, estas medidas permitiriam “evitar o grande perigo que é a dependência alimentar animal e, por consequência, humana”, procurando por isso “basear a alimentação na produção local”. (sacado daqui)

Feira de Artesanato e Mostra Gastronómica em Vila Franca do Campo

São 20 os artesãos do concelho de Vila Franca do Campo que nos dias 12, 13 e 14 de Agosto vão estar no Açor Arena- Pavilhão Multiusos para mostrar o que de melhor se faz no artesanato Vilafranquense.

A I Feira de Artesanato e Mostra Gastronómica da Vila vai contar ainda com a presença de 4 artesãos convidados da Lagoa, Ribeira Grande, Nordeste e Povoação.

O público poderá jantar no recinto da Feira, onde 5 restaurantes Vilafranquenses vão apresentar diversos pratos típicos da gastronomia regional.

Todos os dias, no período de funcionamento da Feira, entre as 18H00 e as 24H00, actuarão artistas, um grupo de teatro, grupos de dança e cantares do concelho e um grupo convidado da Lagoa.

A I Feira de Artesanato e Mostra Gastronómica da Vila é uma realização da ASDEPR, com a colaboração da Câmara Municipal de Vila Franca do Campo, co-financiada pelo Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores – Secretaria Regional da Agricultura e Florestas – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural – A Europa investe nas zonas rurais.ia regional; animação com artistas, grupos de teatro, dança e cantares do concelho e um grupo convidado da Lagoa; uma realização da ASDEPR com a colaboração da Câmara Municipal de VIla Franca do Campo, co-financiada pelo Programa de Desenvolvimento Rural da Região Autónoma dos Açores – Secretaria Regional da Agricultura e Florestas – Fundo Europeu Agrícola de Desenvolvimento Rural – A Europa investe nas zonas rurais.

Para que a organização da Feira se pautasse pela maior qualidade, a Câmara Municipal de Vila Franca do Campo convidou Roberto Medeiros, reconhecida personalidade Lagoense no âmbito da etnografia e tradição cultural açoriana, a coordenar todo o evento.

Gamado, aqui.

Fábrica de queijo do Corvo volta a funcionar a partir de Outubro

A fábrica do queijo típico da ilha do Corvo vai voltar a funcionar a partir de Outubro, após obras de remodelação financiadas pelo governo açoriano, revelou ontem o Executivo.

No termo de uma visita à mais pequena ilha dos Açores, o governo regional anunciou também o desenvolvimento, em colaboração com a cooperativa proprietária da queijaria, a Lacticorvo, de um programa de melhoria do queijo do Corvo para garantir a sua padronização.

Revelou, igualmente, a realização na ilha de acções de formação, informação e divulgação agrária nas áreas do melhoramento de pastagens e da produção e conservação de forragens, alimentação e nutrição animal, higiene na ordenha e qualidade do leite.

Gamado aqui

Furnas

Geíseres, Furnas (imagem daqui)

No tempo em que eu não fazia nada fiz dois amigos açoreanos, e já se sabe que quando fazemos amigos o nosso tempo é muito bem investido. Que tinham esta particularidade: um era de S. Miguel e outro da Terceira.

O convívio com estes moços deu-me a conhecer com muito mais pormenor as realidades da autonomia açoreana que nós por cá no Continente conhecemos tão mal – tal como eles conhecem mal o Continente, note-se! As coisas são mesmo assim.

Os Açores tiveram há pouco mais visibilidade por causa de uma personagem de um programa de humor na televisão. Na verdade, o sotaque que normalmente associamos aos Açores é principalmente falado em S. Miguel; as outras ilhas têm tons diferentes ou não tem sotaque nenhum, como é o caso da Graciosa.

S. Miguel e a Terceira são as ilhas maiores, com mais população, as ilhas que acolheram a capital dos Açores ao longo da história do arquipélago. Isso alimenta uma rivalidade que é para nós tão invisível como sem sentido; os Açores são tão “pequenos”, achamos nós, como é que pode haver rivalidades entre ilhas? Mas a verdade é que existem e isso só alimenta o colorido dos portugueses das ilhas. E por colorido não me refiro a nenhum insulto homofóbico daqueles que eles dedicam uns aos outros e que só se ouvem por lá.

Hoje detenho-me nas Furnas, localidade de origem de um desses amigos.

Caldeiras (imagem daqui)

As Furnas vão buscar o nome à actividade vulcânica, que se manifesta Ao contrário do que acontece nos Capelinhos do Faial ou em outros vulcões pelo mundo fora, a actividade vulcânica das furnas é muito amigável e manifesta-se principalmente na área das Caldeiras, onde existem géiseres,  águas minerais de várias temperaturas e sabores e lamas medicinais.

Cozido subterrâneo! (imagem daqui)

Não há outra região de Portugal onde se possa fazer um petisco enterrando uma panela na terra, o célebre cozido das Furnas. A cozedura demora cerca de 5 horas mas o sabor vale a pena – não é possível reproduzi-lo!

Os Açores são célebres pela beleza natural. A lagoa das Sete Cidades é célebre mas a lagoa das Furnas também nos consegue prender a vista. Nós temos a ideia de que está sempre a chover nos Açores, mas eles desmentem-nos categoricamente; os meterologistas exageram!

Para quem gosta de desporto, as Furnas têm os caminhos pedestres e o campo de golfe “rústico”, como agora é conhecido. Desportos que implicam sempre a presença no meio da natureza, sempre tão próximo do mar. O amigo das Furnas, quando deslocado no Continente, esteve vários meses sem ver o mar. Pois no dia em que nos aproximámos do mar, foi como se recobrasse o fôlego e as cores na cara! É quase como se o ar marítimo lhe desse energias extra. Podem tirar os açoreanos do mar mas ninguém tira o mar aos açoreanos.

Infelizmente, não é muito fácil chegar aos Açores; não existe linha aérea low-cost. Não creio a abertura de uma dessas linhas atraísse ingleses dispostos a fazer dos Açores uma nova Ibiza… mas enfim. Lá teremos de continuar a fazer o sacrifício para conhecermos aquilo que os americanos consideram ser um dos últimos paraísos na Terra! Um dia destes vamos também à Terceira, para não ficarem ofendidos…

>«As Cavalhadas de S. Pedro» na Ribeira Grande (Açores)

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São festas centenárias as Cavalhadas de S. Pedro que se realizam a 29 de Junho, na Ribeira Grande, na ilha de S. Miguel dos Açores. Este ano saíram, tal como é tradição, do Solar da Mafoma, na Ribeira Seca, 170 cavalos e cavaleiros que, em memória do milagre de S. Pedro, percorreram as freguesias do concelho da Ribeira Grande. «As Cavalhadas de S. Pedro»

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Gamado, aqui.

>Descoberta arqueológica revolucionária (Açores)

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Monte Brasil e Angra do Heroísmo (imagem daqui)

“Arqueólogos da Associação Portuguesa de Investigação Arqueológica localizaram no Monte Brasil, em Angra do Heroísmo, novos sítios arqueológicos, alguns dos quais poderão ser templos dedicados a Tanit, deusa cartaginesa, provavelmente do século IV a.C..” (daqui)

Se se confirmarem estas descobertas, que precisam de financiamento de as autoridades nacionais, de momento, não conseguem obter, isto poderá revolucionar, não tanto a História dos Açores, mas a relação entre os Açores e o Mundo Antigo. É certo que a história moderna dos Açores continuará a começar com os povoadores portugueses do século XV, que encontraram ilhas desabitadas, mas se se provar que povos da Antiguidade viveram nos Açores, as teorias sobre o mito da Atlântida poderão, mais uma vez, ser revistas. Talvez a Atlântida  estivesse mesmo ali, no Monte Brasil, em Angra do Heroísmo.

>Artes de rua em Ponta Delgada

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Na maior cidade açoriana, são muitos os eventos de animação que decorrem ao longo dos meses de Verão. Este ano, a grande novidade é o festival Walk & Talk Azores.

O primeiro festival de arte urbana dos Açores, invade de 30 de Julho a 14 de Agosto as ruas da cidade de Ponta Delgada, em S. Miguel, com intervenções de duas dezenas de artistas portugueses e estrangeiros.

Esta iniciativa inédita propõe a reflexão sobre a dicotomia do espaço público, desafiando os artistas e a população local a contribuírem para a transformação da capital insular num museu ao ar livre, global e em que todos participam e comunicam.

Mobilização e contribuição são as palavras de ordem do Walk&Talk Azores, o festival que pretende reinventar a cidade de Ponta Delgada, afirmando-a um pólo dinamizador da arte urbana nacional e posicionar a própria Região Autónoma dos Açores como um palco cultural de referência, multidisciplinar e contemporâneo.

Este evento inédito pretende assim glorificar esta cidade e toda a região, exaltando os seus elementos arquitectónicos e culturais, adicionando novos detalhes e pormenores à sua identidade com intervenções artísticas de arte urbana.

Ver artigo completo aqui

>É indispensável reactivar cooperativas em São Jorge nos Açores!

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José Matos, professor universitário no Departamento de Ciências Agrárias da Universidade dos Açores e reconhecido especialista na área de lacticínios, refere em entrevista ao Diário Insular, que existia uma herança cultural nas cooperativas de lacticínios da ilha de São Jorge e que o Queijo São Jorge era um produto identitário de cada uma delas e o resultado de uma produção pensada para o seu fabrico.

Diário Insular (DI): Os resultados provisórios dos censos 2011 indiciam em S. Jorge fuga de população de freguesias que ficaram sem as suas cooperativas e também sem escolas. Fica espantado ou o fenómeno era previsível?
José Matos (JM): O fenómeno era previsível e para isso alertámos a seu tempo tanto quanto nos foi possível! Não ficamos espantados, apenas tristes, porque os lugares de São Jorge vão perdendo os jovens, a sua alma, cultura, atividade económica, identidade, envelhecendo, enfim, aos poucos, morrendo!

Ver entrevista completo no Diário Insular